quinta-feira, 24 de abril de 2008

O Padre que o vento levou...


Parece conto infantil, essa trágica e inocente história do padre que como um personagem de algum livro de realismo fantástico acabou sendo carregado por balões para nunca mais voltar. É claro que ainda não é certo o destino do religioso, mas após 4 dias fica cada vez mais difícil crer em um desfecho feliz para o triste incidente. O curioso é ver como muita gente tem demonstrado mais irritação e intolerância com o pobre presbítero, tenho lido e ouvido de tudo, mas pouca gente tem sentido simpatia pelo dito. Não entendo como não se sensibilizar após ver decolar e ouvir a voz do pároco em agonia por não saber aonde estava nem como iria descer dali, com certeza essa é uma daquelas situações que nos metemos e depois não sabemos que diabos fomos fazer lá, me lembro até de uma certa travessia a caiaque que fiz com 2 colegas há alguns anos atrás, não tínhamos preparo físico e nem preparo pratico (verificado itens de segurança e metereologia), fomos unicamente com o espírito aventureiro, alma juvenil e um pouco de inocência, mas tenho claro que o final poderia ter sido trágico e hoje não estaria eu aqui escrevendo esse post. Mas pois bem, me parece até que o pároco se preparou melhor que nós, chegou inclusive a testar o voo, e teve certeza que deveria partir para a aventura. Depois que partiu ficamos imaginando o que houve com o padre,onde estará, esse fim de semana assisti na TV um documentário sobre sobrevivência em alto mar, não imagino que seja algo fácil, tomará que ele tenha podido se agarrar a alguns de seus muitos balões, que sua roupa anti térmica o proteja das interperies e quem sabe como na história de Robson Crusoé não seja encontrado logo em alguma praia ou ilha do litoral Brasileiro. Não estou chateado com o padre, como disse um grande amigo uma vez "Ele estava celebrando a vida", foi fazer algo poético e inocente ao sair voando em balões de festa, bexiga para os paulistanos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Por mais aventureiro, ou humano que seja, haja fé para tamanha burrice.

Flávia disse...

Ele não se preparou direito, não sabia sequer usar o GPS (que não funcionava na água, além de tudo). Eu, apesar de ter muita pena desse padre ingênuo e inconsequente, entendo também quem se revolta diante de tamanha irresponsabilidade. Agora estamos todos preocupados e mobilizados para busca-lo.

O Venerável disse...

Gostei do seu Post, meu velho.

Vc tem razão. Estão tirando muito sarro. Acho que é o velho preconceito contra a Igreja que há na imprensa.

Se ele fosse algum playboy sem o que fazer iria chamar de "aventureiro", "visionário", "herói da aviação" e outras asneiras.

Mas ele eh padre, então já viu...

Gostei muito deste post. Vc me acordou para o desespero humano por trás disso. Mais uma vítima do sonho de Ícaro...

Anônimo disse...

cada um tem um olhar diante da situação. eu sou mais prático: o quanto se gasta para localizar um irresponsável. dinheiro público flui que é uma beleza. tinham que punir a equipe que mal treinou. bateria de celular que dura 3h30 sendo que ele pretendia viajar por 22h. o ato dele é bonito, mas faltou pessoas ao redor com responsabilidade e ele mesmo com bom senso, como a maioria nesse país, ou quiçá, mundo.