terça-feira, 29 de abril de 2008

Aproveitando as ofertas da vida


Existe uma piada que é mais ou menos a seguinte:
Um brasileiro, um argentino e um português estavam havia horas perdidos no meio do deserto do Saara, já não sabiam ao certo o rumo a tomar baixo o sol escaldante, quando encontram uma lâmpada mágica. O brasileiro esfrega a lâmpada e de dentro desta surge um Gênio, que concede a cada um um pedido. O brasileiro por ter sido quem encontrou a lâmpada é o primeiro, e pede que, por favor, o Gênio o enviasse imediatamente a uma praia do Rio de Janeiro onde poderia se refrescar no mar, beber cerveja e observar as belas mulheres na praia. Em seguida o argentino faz seu pedido, que é ser enviado imediatamente a Buenos Aires, onde poderá beber um Mate para refrescar-se e "Bailar un Tango" com uma bela portenha. O Português então se viu sozinho naquele deserto e sentiu falta de seus dois companheiros e por isso pediu ao gênio que os trouxesse de volta. Desejo que foi prontamente atendido e novamente estavam juntos os três perdidos no deserto.
Na vida varias vezes nos deparamos em situações complicadas, difíceis de lidar e também diversas outras vezes surgem interessantes oportunidades e caminhos distintos a serem seguidos, estamos sempre tomando decisões. A conseqüência natural disso é que algumas vezes tomamos a melhor decisão e outras em outras a menos conveniente, o engraçado é que nem sempre temos como avaliar isso no momento da decisão, pois não conhecemos muitas variáveis que podem ter impacto sobre o caminho tomado, basicamente não conhecemos o futuro. Algumas pessoas lidam perfeitamente bem com isso e procuram responder de forma coerente às ofertas que a vida apresenta, sabendo também suportar e entender que muito do que virá é fruto de uma decisão tomada há algum tempo atrás. Já outras pessoas não sabem lidar bem com isso, e procuram sempre culpar outros por seus problemas atuais. No momento de um revés devemos primeiramente tentar entender que ações nos levaram a esse prejuízo, ao entendê-las será possível tentar evitar que essas falhas tornem a se repetir, essa é uma forma de amadurecermos e tirarmos algo de bom do que passou. Mesmo de conquistas é importante tirar lições para que seja possível então repeti-las novamente ou mesmo entender por que não será possível repeti-la novamente.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

É com chuchu que se faz marmelada


Temos acompanhado os desdobramentos da disputa interna (PSDB-DEM) para escolha do futuro candidato a prefeito de São Paulo. De um lado temos o atual prefeito Gilberto Kassab do DEM que deseja manter o seus direito a concorrer a uma reeleição. E de outro lado temos o ex-governador de São Paulo, e ex candidato a presidência da republica pelo PSDB Geraldo Alckmin. Ambos os políticos lutam por conseguirem manter suas coligações e por seu direito a concorrer ao que é o 3o. cargo político mais poderoso do Brasil, pelo menos no que se refere ao orçamento. Alckmin argumenta que deveria ser o candidato natural uma vez que aparece a frente nas pesquisas de intenção de voto, já Kassab por ser o atual prefeito de uma gestão que caminha bem também defende seu direito de continuar. A verdade é que Alckmin está tentando impor sua candidatura para manter-se vivo na política, após a derrota nas eleições de 2006 enxerga que a eleição para prefeitura é uma forma de manter sua influencia e assim manter a possibilidade de num futuro voltar a concorrer a presidência da Republica, nessa sua analise não é considerado que planos ele têm para a cidade de São Paulo e seu povo, mas apenas suas pretensões pessoais, assim como fez em 2006 ano em que também tratorou sua candidatura fracassada frente a uma possível vitoriosa candidatura de José Serra, que em pesquisas de intenção de voto em março e abril de 2006 chegou a figurar a frente de Lula. Infelizmente essa atitude, assim como em 2006, enfraquece a si e seus aliados, teria sido muito mais proveitoso que Alckmin tivesse se lançado a senador naquele ano, Serra a presidência e um terceiro candidato ao Governo do Estado, com o apoio de ambos teria sido naturalmente eleito. Mas assim como muitos que buscam o poder, suas atitudes são míopes e acabam por inviabilizar inclusive seus planos pessoais. São Paulo a capital tem diversos problemas sérios a serem enfrentados, problemas com o transporte público, saúde, segurança, educação, entre tantos que têm sido combatidos com relativo sucesso nas duas ultimas gestões, sendo que atual tem atuado além de tudo com mais rigor fiscal e ainda assim trabalhado bem pela cidade. Não creio que Alckmin possa ser um bom prefeito de São Paulo, pois até o momento tem colocado como principal vantagem de sua candidatura sua posição nas pesquisas de opinião (ainda assim atrás de Marta do PT), mas carece de embasamento de propostas concretas para a maior metrópole do País. Não sou Kassabista, acredito ainda que foi um erro o ter indicado a vice na chapa de Serra, e para quem não se lembra foi Alckmin que forçou Kassab na chapa contra o gosto de José Serra, pois neste momento estava preocupado e conseguir manter o apoio de ala paulistana do ex PFL a sua futura campanha presidencial, não calculou porém que perderia como perdeu a eleição presidencial, subestimou Lula e Serra e se superestimou no cenário nacional. Hoje Alckmin é um protótipo do que já foi um dia Ciro Gomes e Orestes Quércia, políticos com alguma expressão local, mas que não conseguem se alavancar além de seus redutos apesar de suas enormes ambições políticas.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O Padre que o vento levou...


Parece conto infantil, essa trágica e inocente história do padre que como um personagem de algum livro de realismo fantástico acabou sendo carregado por balões para nunca mais voltar. É claro que ainda não é certo o destino do religioso, mas após 4 dias fica cada vez mais difícil crer em um desfecho feliz para o triste incidente. O curioso é ver como muita gente tem demonstrado mais irritação e intolerância com o pobre presbítero, tenho lido e ouvido de tudo, mas pouca gente tem sentido simpatia pelo dito. Não entendo como não se sensibilizar após ver decolar e ouvir a voz do pároco em agonia por não saber aonde estava nem como iria descer dali, com certeza essa é uma daquelas situações que nos metemos e depois não sabemos que diabos fomos fazer lá, me lembro até de uma certa travessia a caiaque que fiz com 2 colegas há alguns anos atrás, não tínhamos preparo físico e nem preparo pratico (verificado itens de segurança e metereologia), fomos unicamente com o espírito aventureiro, alma juvenil e um pouco de inocência, mas tenho claro que o final poderia ter sido trágico e hoje não estaria eu aqui escrevendo esse post. Mas pois bem, me parece até que o pároco se preparou melhor que nós, chegou inclusive a testar o voo, e teve certeza que deveria partir para a aventura. Depois que partiu ficamos imaginando o que houve com o padre,onde estará, esse fim de semana assisti na TV um documentário sobre sobrevivência em alto mar, não imagino que seja algo fácil, tomará que ele tenha podido se agarrar a alguns de seus muitos balões, que sua roupa anti térmica o proteja das interperies e quem sabe como na história de Robson Crusoé não seja encontrado logo em alguma praia ou ilha do litoral Brasileiro. Não estou chateado com o padre, como disse um grande amigo uma vez "Ele estava celebrando a vida", foi fazer algo poético e inocente ao sair voando em balões de festa, bexiga para os paulistanos.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Tremor em São Paulo


Em São Paulo as 21 horas foi sentido um pequeno tremor de terra de 5,2 graus, sem duvida algo muito raro, e por isso mesmo assustador, se fosse em Santiago ou no Japão onde pequenos tremores são corriqueiros não alarmaria tanto como aqui no Brasil um país que não costuma presenciar tal tipo de evento geológico. Não foi nada grave, nada quebrou, mas as janelas e cristais estalaram, as camas se moviam como possuídas por algum espírito poltergeist. Não foi nada no fim. E para quem se assusta com terremotos e tremores pequenos como esse vale uma observada no site http://pasadena.wr.usgs.gov/shake/ous/index.html mantido pelo centro geológico do governo americano e que coleta informações sobre sismos no mundo todo e observar que eles ocorrem todos os dias em algum canto do planeta, desde que houve o tremor na capital Paulista e eu comecei a escrever este post a terra tremeu em Vanatu (4,9 graus) e no mar perto do Japão (5,2 graus). Bom uma boa precaução para evitar contratempos durante abalos é manter portas abertas, pois estas podem ficar travadas no caso de um sismo mais forte e impedir a fuga das pessoas. Lembro que meus avós no Chile, país que constantemente é atingido por tremores de terra, mantinha na porta duas capas amarelas de chuva, 2 lanternas e 3 rádios a pilha, que era pra no caso de um tremor mais forte pudesse rapidamente evacuar o apartamento não importando a hora. Claro que essa não é, nem nunca será a tipo de situação que vivemos no Brasil, fenômenos mais fortes que esse tem chances mínimas de se repetir, pois nosso país esta longe de qualquer falha geológica grande como o Chile que se encontra bem na junção de 2 placas. Bom acredito que podemos dormir tranquilos hoje, o terremoto já passou.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A caminho da justiça

Bom, não imaginava escrever mais um post sobre esse assunto, até mesmo por que a TV e os Jornais todos estão inchados falando disso, mas como já iniciei no ultimo post e devido aos desdobramentos recentes me pronunciarei mais uma única vez sobre isso.
Nesse caso o que me chamou a atenção foi não unicamente a culpa dos pai e da madrasta, confirmado pela perícia da policia, como a culpa indireta dos avós paternos e avodrastos (se é que há tal palavra), pois se observou nas atitudes criminosas dos assassinos o fruto de anos de conivência e superproteção exercidos pelo avô que parece ter estado a vida inteira pronto a resolver todas as encrencas em que se envolvia seu filho, pessoa que nunca amadureceu e nunca foi capaz de assumir nada na vida. É certo que pais protejam seus filhos, porém é importante também deixa-los enfrentar o mundo e sentir sempre o peso da responsabilidade de seus atos, só assim as pessoas amadurecem e se tornam realmente adultas, esse rapaz que tirou a vida de sua filha foi criado para não assumir nunca nenhuma responsabilidade pois seu papi sempre estaria pronto para tal. Quanto a madrasta desequilibrada foi vitima de violência de seu pai durante a juventude inúmeras vezes, comprovados por diversos boletins de ocorrência encontrados pela policia. Bom como adultos que de fato são deverão ser julgados e esperar receber as penas adequadas. que se faça então a justiça tão esperada e que não falemos mais desse assunto.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sede de Justiça



Se somos privados por muito tempo de algo que é importante, em geral tendemos a cometer exageros com relação a isto. É o caso de pessoas que ficam muito tempo sem comer, em geral as pessoas avançam sobre a comida de forma desesperada, acabam comendo mais que o necessário, não de forma saudável. Bom o que quero comentar não tem nada a ver com comida, mas tem a ver com a Justiça, tão necessária para que as sociedades mantenham-se organizadas, para que haja respeito e confiança. Infelizmente em nosso País o povo sente sede de justiça, pois ela se tornou algo muito raro. Estamos acostumados a ver crimes terríveis que nunca são solucionados, ou quando são, os culpados julgados e condenado nem chegam a cumprir suas penas devido a todas as sutilezas da justiça, que quando bem explorados por "bons advogados" tornam a impunidade algo certo. E é esse sentimento de injustiça que faz com que as pessoas queiram julgar e condenar por conta própria.

Recentemente temos acompanhado o caso da menina Isabella, assassinada de forma estúpida no ultimo fim de semana, a sociedade na sua sede de justiça precisava rapidamente encontrar culpados, e o estado na pressa de atender a esta demanda passa por cima de direitos básicos do cidadão, que é o direito a ser considerado inocente até que se prove o contrário. Não estou considerando ninguém inocente e nem culpando, porém colocar a culpa em pessoas antes que as investigações estejam concluídas e oferecer suas cabeças e imagens na midia como exemplos de "pré-justiça" é acabar com o estado de direito, e talvez um resquício da ditadura onde qualquer um podia ser preso sem provas sem necessidade de nenhum processo em andamento.

Neste caso vemos um promotor e delegados querendo aparecer na midia através de um caso que chamou a atenção da opinião publica nacional, e corremos o risco de cometer uma grande injustiça com pessoas que podem estar passando literalmente o pior momento de suas vidas e se estiverem falando a verdade, ao invés de criminosos serão duplamente vitimas, do crime e do estado.

sábado, 5 de abril de 2008

O Rato e Queijo


As vezes as pessoas fazem coisas idiotas que não conseguem explicar e muitas vezes não possuem nenhuma explicação. Agem como adolescentes em grupo, não há nada mais irracional e humano que um grupo de garotos entre 13 e 17 anos, suas ações quando em grupo não são pensadas são guiadas apenas pela irresponsabilidade e desprendimento de parâmetros. Penso em tudo isso depois do triste fato que ocorreu próximo a mim essa semana. Não envolvia pessoas diretamente próximas, amigos ou colegas diretos com os quais me relaciono diariamente, mas pessoas que vejo diariamente, colegas distantes eu diria. Mas mesmo distantes foi um choque saber que alguém prestes a se tornar pai e avaliado como um profissional competente pelos seus pares pôs tudo a perder por uma molecagem, um ato desnecessário e primitivo como roubar dinheiro da carteira de outro colega. Isso é realmente intragável ainda mais sabendo que se tratavam de valores pequenos, e o pior que foi uma única ação, mas se tornou algo habitual e por isso mesmo a ladrão pode ser facilmente pego, respeitando o velho principio de que o criminoso sempre volta ao lugar do crime, como o rato que sempre procura o queijo no mesmo lugar. Será que ele sentia algum tipo de prazer que valia muito mais que o risco e mesmo o valor furtado? Infelizmente para ele, e para choque de todos ele foi filmado pelas camêras de segurança da empresa, foi pego e perdeu mais que o emprego, como um rato morto pela ratoeira.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Funcionalidades não documentadas


Quando trabalhamos com desenvolvimento de software nos deparamos com situações complexas. Não é segredo para ninguém que softwares tenham sempre seus bugs e limitações, e muitas vezes nos frustramos ao instalar uma nova versão de algum programa que estamos acostumados a usar. Logo todos acusarão os desenvolvedores daquele programa de não terem testado adequadamente o produto antes de disponibilizá-lo no mercado, o que de fato pode ter acontecido, mas nem sempre é o caso. Nesse mundo dos programas de computador muitas vezes alguns bugs e falhas são tratados pelos consumidores como funcionalidades não documentadas e utilizados para resolver (acochambrar) problemas do dia a dia. Os desenvolvedores e testadores sem o conhecimento dos usos que a criatividade humana pode encontrar para os defeitos de um programa se empenham em corrigi-los para a próxima versão, e eis que ao lançar o novo programa se descobre que ele impede os usuários (CLIENTES) de continuarem fazendo o que estavam habituados a fazer, muitas vezes param de funcionar corretamente com outros programas assessórios que estes usuários usam. Isso é muito comum. Eu mesmo já vivi e essa situação dos dois lados, como usuário e como desenvolvedor.

É normal então ouvir algumas pessoas dizerem que o novo software está cheio de defeitos, o que no ponto de vista delas não é errado, de fato o novo software removendo falhas e defeitos antigos podem ter tornado mais difícil a vida dos usuários que se aproveitavam dessas brechas. Contornar esse problema deve ser muito mais difícil quando se trata de um sistema utilizado em escala global, como sistemas operacionais e browsers de navegação, nesses casos manter a participação no mercado será a decisão mais acertada mesmo que isso signifique manter funcionando os workarrounds feitos pelos usuários (clientes). Mas no caso de sistemas utilizados por usuários muito específicos em mercados pouco segmentados e com menor concorrência o mais sensato é entender as necessidades reais do seu usuário, desenvolver em novas versões verdadeiras soluções para seus problemas e aos poucos ir removendo completamente as “soluções engenhosas” sob pena de tornar inviável e extremamente custoso qualquer processo de desenvolvimento.