segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Muro

Há 20 anos o mundo presenciou o milagre de Berlim, naquele dia de outono as forças da liberdade pacificamente derrotaram uma ditadura e uniram uma nação. Eu tinha 10 anos, naquele mesmo ano os Brasileiros iriam eleger seu primeiro presidente após quase 3 décadas de ditadura, o Chile após quase 20 anos também.



Ainda lembro que sentíamos os ventos de mudança que sopravam pelo mundo no crepúsculo do século XX, parecia que finalmente a humanidade caminhava para frente, e toda a desgraça e barbárie que marcaram o planeta naquele século estavam sendo finalmente superados. Parecia que finalmente estávamos nos convencendo que o melhor caminho era o dialogo e a democracia, o respeito e a solidariedade.

Nos 20 anos que passaram desde então, vimos a utopia dos Gulags ruir da noite pro dia, outros muros que separavam negros e brancos na África do sul também caíram, alguém então até decretou o fim da História. Foi uma década de prosperidade, do som das garagens de Seattle, e do hino "Amigos para Siempre" dos jogos olímpicos de Barcelona. Mas então mataram a paz na praça dos Reis. Sob o olhar incrédulo de todos a intolerância mostrou o que é capaz, não só ali, mas também nos Balcãs, Ruanda, Afeganistão e em Nova York num fatídico 11 de Setembro. Parecia então que nosso sonho estava acabando.

Hoje já não sopram mais esses ventos de mudança, mesmo havendo ainda muito por mudar, parece que esquecemos tudo muito rápido, na velocidade em que entram para os livros de história. Na Suíça cartazes com burcas e minaretes no formato de misseis são a forma de expressão daqueles que não aceitam conviver com o diverso, na América Latina a democracia foi sequestrada pelo populismo caudilista tão qual como era há 100 anos atrás. Parece que é assim que as liberdades vão embora, sobre a manifestação animalesca de uma maioria ensandecida, sob o falsa proteção da moral e dos bons costumes. Termino com uma citação que me vem a mente

"Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo." Voltaire.

Feliz 9 de novembro, que muitos e muitos muros ainda sejam derrubados.

sábado, 7 de novembro de 2009

Tomatican

Hoje tivemos tomatican para o jantar, um ensopado de tomate com milho, batata, carne e condimentado com sal paprica e pimenta.

O Tomatican me lembra a época quando íamos de férias visitar nossa família no Chile, éramos pequenos e sentíamos muito a falta da comida do Brasil: feijão, arroz, carne e o nescau cedo claro. No Chile nossas refeições eram muito diferentes, na casa dos meus "abuelitos" comíamos basicamente peixes, frutos do mar e outros pratos chilenos como porotos granados, pasteis de choclos, casuelas, porotos con riendas.

O Tomatican foi um dos pratos que mais aprendemos a gostar do cardápio chileno, e talvez por ser um dos mais fáceis de serem feitos no Brasil, foi também incorporado por muitos anos em nossa dieta brasileira.

Minha receita para esse Tomatican aí da foto foi a seguinte:

800g Tomates vermelhos picados para molho de tomate.
500g de carne de vitelo para cozido
4 batatas
200g de milho
1 dente de alho
2 cebolas picadas
azeite
pimenta
sal
paprica
oregano
salsinha

Primeiro temperei a carne de vitelo com sal e alho, em uma panela de pressão pus as batatas para cozinhar.

Pus o azeite para aquecer na panela, e em seguida adicionei a carne e deixei na panela por 10 minutos.

Após esse tempo adicionei a cebola picada a carne, e deixei refogar por mais um tempo, até que finalmente adicionei o milho e o tomate, adicionei sal, pimenta, paprica, oregano e salsinha. Deixei tudo cozinhar por 10 minutos. No fim incluí a batata.

Ficou muito bom, e para acompanhar tomamos um excelente vinho tinto espanhol.

Enguete!

domingo, 1 de novembro de 2009

Mais uma vez o outono


Mais uma vez o Outono com suas folhas amarelo ferrugem caindo das árvores. Por aqui essa estação não se resume apenas aos dias cada vez mais frios que antecedem o inverno, ela tem seu próprio encanto, suas próprias cores. Em mais algumas semanas todas as folhas terão caído, e sobrará apenas as copas secas e negras das árvores. Gosto dessa época, de ficar em casa com o aquecedor ligado, e as vezes poder abrir a janela e sentir o ar frio lá fora.

Quando o outono acabar, um novo ano estará por começar...